terça-feira, 19 de outubro de 2010

Carta ao aluno ou seja a mim mesmo

É fundamental que você faça quase todos os exercícios. Na pior das hipóteses, refaça pelo menos os exemplos. É conveniente que você tenha um grande número de exercícios no caderno [e/ou na tela de seu computador]. Eles são os candidatos a aparecerem em sua prova.
(...)
Os enunciados deverão ser copiados. Como você vai compreender um exercício com apenas sua resolução?
(...)
Como diria o professor Elon Lages Lima, “Matemática não é novela. Não se aprende Matemática apenas vendo. É necessário papel e lápis ...”. Eu acrescento a BORRACHA. Ela é um instrumento importantíssimo na matemática.
(...)
A dúvida de um é a sempre a dúvida de outros. Você desenvolve sua oralidade [a sua netiqueta!] e ganhamos tempo. Às vezes uma boa pergunta inspira o professor a fazer uma aula mais personalizada para a turma e ainda tira o professor do centro do processo de aprendizagem.
A presença [mesmo que virtual] do aluno nas aulas é fundamental. Mesmo quando não está prestando atenção. Ele(a) acaba pelo menos sabendo as datas importantes e a matéria da prova. Está provado estatisticamente que os alunos infrequentes raramente passam.
Quanto à atenção não precisa nem falar. Quem sabe dirigir e sabe um pouco de matemática já viu no que pode acabar uma falta de atenção.(...)


Este texto vem a calhar em véspera de um contato com a matemática de modo que não fazia há coisa de décadas. O texto na íntegra é do Professor Marco Aurélio Amarante Ribeiro (à exceção de pequenos ajustes para o ambiente virtual que fiz entre colchetes, sem sua permissão, mas com alguma licença poética...) e pode ser encontrado neste blogue Boatemática.

Faz um mês que pude apreciar Green and Grey ao vivo, da forma como só Justin Sullivan sabe entoar, música de autoria do finado Robert Heaton. Essa canção reverbera em certas ocasiões nos meandros de minha cachola e traduz nas palavras deles mesmos como uma verdadeira carta ao amigo, aquele que ficou em algum momento de nossas vidas. Que estas cartas continuem inspirando mais gente.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Re-flexões prum início

Já há décadas, professor parece mais o que era a moeda brasileira nos anos 80. Vida difícil. Tempos ditos de abertura, porém de muita restrição. A profissão e o profissional sobrevivem ainda que castigados por desvalorização tamanha que, diante dos valores atualmente vigentes, mantém-se em significativa medida, como um bem de lastro fraco. Uma pena. Professor, mestre, doutor (quando com PhD), estão banalizados até por servirem de alcunhas à profissionais da área esportiva e política que nem as devidas formações e títulos detém. Que nem a reputação ajuda a sustentá-las. Obviamente a situação reversa ocorre com também alguma profusão.

Aqueles que se vangloriam de um título obtido, de uma (de)formação alcançada e que entretanto, esqueceram-se nalgum ponto das vidas, da tarefa árdua do ensinar/aprender. Que, perto de seus pares, por corporativista que alguns agrupamentos possam ser, são das tais bandas podres. Que, diante de alguns que não dependem de uma formal graduação e título acadêmico, deveriam destes ser aprendizes, calouros. Enfim, professor, um ser tomado de uma vulgarização que, em geral, acontece com evidências em sociedades cuja cultura promove a fragilização da educação.

O que se sugere como acalanto é que mesmo nas precariedades se encontra alguma força de resistência. O trabalho de abnegados. Aquelas vozes abafadas que não se calam. É nessa perseverança dos que se mantém convictos da missão do ensino e aprendizado que pode uma licenciatura tornar-se transformadora. É nisto que resido minha aposta. É assim que pretendo seguir, sujeito de uma talvez, causa perdida da retomada do papel, da imagem, do professor. Permaneço um aprendiz, num contínuo recomeço. Num movimento em que sabidamente haverá por vezes mais suor que intelecto.

Interceptei estas linhas que adapto a seguir.

Uma vez, um velho disse que os professores começam ensinando o que não sabem, depois de algum tempo ensinam o que já aprenderam, depois ainda, ensinam o que é importante e só depois de muito tempo percebem que sua tarefa não é a de ensinar, mas a de criar condições para que os alunos aprendam. Era sábio o velhinho." (dito da cultura popular)

"O professor deve ser um organizador do aprendizado."(Moacir Gadotti)

"O papel do educador é de nos ensinar a enfrentar a incerteza da vida; é de nos ensinar o que é o conhecimento, porque nos passam o conhecimento, mas jamais dizem o que é o conhecimento. Em outras palavras, o papel do educador é de instruir o espírito a viver e a enfrentar as dificuldades do mundo." (Edgard Morin)

"Professor é profissão. Educador é missão" (Salomão Becker)

"O professor/educador é aquele que ensina, transmite conhecimentos, que constrói e edifica seres, é a base, muitas vezes o sustento, é o acolhedor, é o amigo." (Amanda Yaeza Ferreira)

Que venham + Dias Felizes do Professor.

Por que será que não são tantos países que listam o Teacher´s day?